Quando é que isto vai acabar?

     Toda a vila está sob um manto de nevoeiro. São seis da tarde e as pessoas estão a acabar o seu dia de trabalho ou de escola. O sol já se foi, mas ainda não está completamente escuro. Os autocarros circulam para trás e para a frente, trazendo as crianças de volta para casa. Acabou de passar um por mim e, mais à frente, vejo uma criança com uma mochila às costas  ao lado de um velhote, talvez seu avô que o foi buscar à paragem do autocarro. Vai ficando cada vez mais escuro e os carros passam por mim, com as suas luzes a encadear-me a visão.

    Está tudo normal, parece, mas não está. O velhote e o rapaz usavam máscara e eu sinto o frasco de álcool gel no meu bolso. Há muito menos pessoas nas ruas do que há um atrás. Amanhã volta o confinamento geral. Tudo de volta para casa.

    Quanto é que isto vai acabar?

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